Sinto-me muito acanhada ao usar um
título como o Objetivo da Evolução; reconheço que somente posso tentar colocar
diante de vocês algumas suposições extraídas da minha imaginação. Naturalmente,
não é possível para a mente finita avaliar com precisão o plano da Divindade.
Tudo que podemos fazer é estudar a história do passado, investigar as condições
atuais e afirmar de algum modo as tendências raciais e naturais e acompanhar,
assim, tão logicamente quanto possível, os vários degraus e etapas. Tudo que
nos é facultado é partir da base sólida do conhecimento e dos fatos adquiridos,
depois reuni-los e, a partir desta reunião, formar uma hipótese do que possa
ser o objetivo provável. É impossível ir além.
Em nossas palestras sobre a
evolução, como mencionei na primeira conferência, estivemos de algum modo
lidando com suposições e nos preocupando com possibilidades. Algumas coisas de
fato conhecemos e certas verdades foram afirmadas; contudo, até as conclusões
da ciência, por exemplo, das quais tanto se falou quarenta anos atrás, não são
mais consideradas como fatos, nem mais usadas ou promulgadas tão drástica e
enfaticamente como eram. A própria ciência a cada ano descobre que seu
conhecimento é muito relativo. Quanto mais alguém compreende e sabe, maior é o
horizonte que se abre diante dele. Agora os cientistas esião se aveniurando nos
planos mais sutis da matéria, e, portanto, nos reinos do que não foi
comprovado, e deveríamos lembrar que até recentemente a ciência recusava
admitir sua existência. Estamos ultrapassando a esfera do que chamamos de
"matéria sólida" e entrando em reinos que são inferidos, quando nos
referimos a "centros de energia", "força negativa e
positiva" e fenómenos elétricos e tem-se dado mais ênfase à qualidade do
que à substância. Quanto mais para a frente olhamos, mais amplas se tornam
nossas especulações, e quanto mais tentarmos justificar fenómenos telepáticos,
psíquicos e outros, mais penetraremos no reino subjetivo e subconsciente e mais
seremos forçados a nos expressar em termos de qualidade ou de energia. Se, de
algum modo conseguimos justificar o que não é usual e o que ainda é
inexplicável para nós e determinar a
realidade do oculto, provocaremos uma condição que poderia ser chamada de
paradoxal. Gradualmente faremos o subjetivo tornar-se objetivo.
O assunto que vou estudar agora é
algo que nos afeta muito de perto: a saber, a conquista, pelo Homem, da
consciência grupal que é o seu objetivo, e as expansões de sua pequena
consciência até estar à altura da consciência maior que a engloba. Vocês se
lembrarão que, ao tentar explicar a diferença entre a auto-consciência, a
consciência grupal e a consciência de Deus, eu a ilustrei mostrando que no
pequeno átomo da substância no corpo físico, aquela minúscula vida centralizada
que vai até a constituição da forma humana, tínhamos uma correspondência com a
auto-consciência do ser humano; que a vida do corpo físico, considerando-a em
cada um de seus departamentos como um todo, é para a pequena célula
auto-suficiente o que a consciência grupal é para nós; e que a consciência do
homem real, a entidade informativa dentro do corpo, é para aquele átomo o que a
consciência de Deus é para nós, tão inexplicável e remota. Se pudermos ampliar
este conceito do átomo em nosso corpo e sua relação com o homem, o pensador,
até o átomo humano, considerando-o como uma unidade dentro de um corpo ainda
maior, poderemos chegar a compreender a diferença radical entre estes três
raios de consequência.
Há uma analogia muito interessante
entre a evolução do átomo e a do homem (e presumo, portanto, a da Divindade
planetária e a do Logos Solar) nos dois métodos de desenvolvimento que se
seguem. Vimos que o átomo tem sua própria vida, atómica, e que cada átomo de
substância no sistema solar é também um pequeno sistema em si, tendo um centro
positivo, ou sol central, com os elétrons, ou o aspecto negativo, girando em
suas órbitas ao redor dele. Tal é a vida interna do átomo, seu aspecto
auto-centralizado. Registramos, também, que o átomo está sendo estudado, agora,
segundo uma linha mais nova, a da radioatividade e está-se tornando aparente,
em muitos casos, que há uma radiação em atividade. Até onde esta descoberta nos
levará é impossível prever, porque o estudo das substâncias radioativas ainda
está na sua infância e realmente muito pouco se sabe. Muita coisa do anterior
ensino da Física foi revolucionado pela descoberta do rádio e quanto mais os
cientistas descobrem, mais claro se torna (como eles próprios reconhecem) que
estamos no limiar de descobertas muito importantes e na véspera de revelações
profundas.
A medida que o ser humano evolui e
se desenvolve, estas duas etapas também podem ser vistas nele. Há a era
primitiva, ou atómica, na qual todo o centro de interesse do homem está dentro
dele mesmo, dentro de sua própria esfera, onde o egocentrismo é a lei de seu
ser, uma etapa necessária e protetora da evolução. Ele é puramente egoísta e se
preocupa, antes de tudo, com seus próprios problemas. A esta etapa se sucede
uma outra, posterior, na qual sua consciência começa a se expandir, seus
interesses começam a se deslocar para fora de sua própria esfera particular e
chega a época em que ele se preocupa com o grupo
a que pertence. Esta etapa pode ser considerada como correspondendo à da
radioatividade. Agora ele não é só uma vida egoísta, mas também começa a
exercer um efeito definido sobre seu meio. Ele afasta sua atenção de sua vida
pessoal egoísta, procura seu centro maior. Deixa de ser simplesmente um átomo
para se tornar, por sua vez, um elétron e sofrer a influência da grande Vida
central que o prende dentro de sua esfera de influência.
Se for assim, teremos etapas
análogas transpirando dentro da vida da Divindade planetária e talvez isto
explicasse várias vicissitudes e acontecimentos do planeta. Frequentemente
consideramos os problemas do mundo devidos à atividade humana. A guerra
mundial, por exemplo, é frequentemente considerada o resultado dos erros e
fraquezas humanas. Talvez seja assim, porque indubitavelmente as condições
económicas e ambições humanas podem tê-la provocado; mas talvez também pode ter
ocorrido devido à concretização do propósito da grande Vida central, Cuja
consciência ainda não é a nossa, Que tem Seus próprios planos, propósitos e
ideias e Que, talvez, também faça Suas experiências com a vida. Em Sua escala
mais ampla e em Seu próprio nível mais alto, este Espírito planetário está
aprendendo a viver, a entrar em contato e está, do mesmo modo, expandindo Sua
consciência. Ele próprio está na escola, do mesmo modo que cada um de nós. O mesmo
pode, pois acontecer com o sistema solar e, assim, com acontecimentos de tal
ordem de grandeza que escapam totalmente à nossa percepção. Talvez haja
ocorrências, no sistema solar, que sejam devidas à elaboração dos planos da
Divindade ou Logos, aquela Vida Central Que é a origem da energia de tudo que
existe dentro do sistema solar. Não sei, mas é uma linha de pensamento
interessante para nós, e não faz mal especular, se o efeito nos der uma visão
mais ampla, uma tolerância maior e um otimismo mais amplo e sensato.
Tendo visto que as duas etapas, da
atividade atómica e da radioatividade, caracterizam a evolução e todos os
átomos no sistema solar, vejamos agora quais são os diferentes desenvolvimentos
que podem ser esperados à medida que a consciência dentro do átomo humano
evolui. Gostaria de centralizar nossa atenção neste tipo humano de consciência,
posto que ela é a evolução central no sistema solar. Quando os três aspectos da
vida divina são reunidos — a vida habitante, ou espírito, a forma material, ou
veículo substancial e o fator da atividade inteligente — acontecerão certos
resultados específicos. Temos o gradual desenvolvimento de consciência de uma
espécie particular; o desenvolvimento da qualidade psíquica; o efeito da vida
subjetiva sobre a forma material, a utilização da forma para certos fins
específicos, e a conquista de certas qualidades pela entidade que nela habita.
A verdadeira natureza da vida central, seja ela Deus ou homem, se manifestará
no ciclo vital, seja ele solar ou humano. Isto é verdadeiro para nós, é
provavelmente verdadeiro para o Logos planetário e, se verdadeiro para ele,
também, portanto, para o Logos Solar.
Tentemos, se pudermos, seguir alguns
dos diferentes desenvolvimentos relacionados com nossos quatro tipos de átomos
— o átomo da substância, o átomo humano, o átomo planetário e o átomo cósmico.
Um dos primeiros e mais importantes desenvolvimentos será a resposta consciente a cada vibração e contato — isto é, a
habilidade de responder ao não--ser, em cada plano. Deixe-me ilustrar. Eu
poderia ir a certos salões desta cidade e reunir uma audiência composta de
trabalhadores analfabetos e não especializados, poderia falar-lhes e repetir o
que disse esta noite e não obter nenhuma reação. Contudo, eu poderia fazer uma
palestra que pronunciei dez anos atrás, estritamente na linha do Evangelho, e
obter uma reação imediata. Aqui a questão do certo ou errado não conta, mas
simplesmente a diferença na capacidade de diferentes tipos de homens, em
diferentes etapas de evolução, para reagir ao contato e vibração. Isto
simplesmente significa que certas pessoas estão num estágio onde podem ser
atingidas por um apelo emocional e podemos nos ocupar delas na linha de sua
salvação pessoal, porque ainda estão na etapa atómica anterior. Há outro
estágio que inclui aquele, mas que capacita as pessoas a responder também a um
apelo mais intelectual, o qual lhes dá um certo interesse e satisfação no tipo
de discussões que temos desenvolvido e que significa investigação dos assuntos
que dizem respeito ao grupo, por exemplo. Mas ambos os estágios são igualmente
corretos.
Podemos considerar este assunto por
um outro ângulo: é bem possível que encontremos grandes pessoas, homens e
mulheres maravilhosos, e que não fiquemos impressionados por eles; poderíamos
passar por eles sem reconhecê-los e assim perder o que eles têm para nos dar.
Isto aconteceu na Palestina em relação ao Cristo, dois mil anos atrás. Por que?
Porque nós próprios ainda não somos grandes o bastante para reagir a eles. Algo
ainda falta em nós, que nos impede de compreender ou sentir sua especial
vibração. Ouvi dizerem, e acho que é verdade, que se Cristo voltasse à terra e
caminhasse entre os homens como fez antes, poderia viver entre nós dia após dia
e nada notaríamos de diferente, Nele, das outras pessoas boas e desprendidas
que conhecemos. Ainda não cultivamos em nós a capacidade de responder ao divino
em nosso irmão. Normalmente só vemos o que é mau e grosseiro e tomamos ciência,
principalmente, das falhas de nosso irmão. Ainda somos insensíveis às melhores
pessoas. Outro desenvolvimento será que, agora, poderemos funcionar
conscientemente em todos os planos da existência. Agora funcionamos
conscientemente no plano físico e há algumas pessoas que são capazes de
funcionar com igual consciência no plano mais sutil seguinte, o chamado plano
astral (palavra que me desgosta porque não transmite um significado real às
nossas mentes), ou plano da natureza emocional, no qual um homem está ativo
quando fora do corpo físico, nas horas de sono ou logo após a morte. Muito
poucos seres humanos podem funcionar no plano mental com a consciência
totalmente desperta e menos ainda funcionam no plano espritual. O objetivo da
evolução é que deveríamos funcionar conscientemente, com plena continuidade de
percepção nos planos físico, emocional e mental. Esta é a grande realização que
um dia será nossa. Saberemos então o que fazemos cada hora do dia e não somente
durante cerca de qua-torze horas em cada vinte e quatro. Atualmente não temos
noção de onde fica a verdadeira entidade pensante durante as horas de sono. Não
sabemos quais são suas atividades, nem a condição de seu meio ambiente. Algum
dia utilizaremos cada minuto das horas do dia.
O outro objetivo da evolução é
tríplice, isto é, que tenhamos vontade,
amor e energia coordenados, o que por enquanto não acontece. Dispomos
agora, continuamente, de muita energia inteligente, mas é verdadeiramente muito
raro encontrar uma pessoa cuja vida seja animada por um objetivo central
constantemente seguido e que seja animada e instigada pelo amor atuando através
da atividade inteligente. Todavia, está chegando o tempo em que teremos
expandido nossa consciência a tal ponto que seremos tão ativos interiormente
que nos tornaremos radioativos. Veremos, então, um objetivo definido, que será
a consequência do amor, e alcançaremos nosso objetivo pela inteligência. Isto é
tudo o que Deus faz, não é? Em nossa etapa de desenvolvimento atual, certamente
somos inteligentes, mas ainda há muito pouco amor. Podemos amar um pouco as
pessoas que encontramos ou com quem mantemos contato, e alimentar um amor maior
por nossa família e amigos próximos, mas não sabemos quase nada do amor grupal.
Quando o amor grupal nos for proclamado pelos grandes idealistas da raça, será
indubitavelmente verdade que teremos alcançado a etapa onde poderemos reagir a
ele de algum modo e sentiremos que ele é algo que gostaríamos de ver realizado.
É bom lembrar que quanto mais pensarmos em linhas definitivamente altruisticas,
melhor construiremos algo de valor muito grande e desenvolveremos vagarosa e
laboriosamente os rudimentos de uma real consciência grupal, a qual ainda está
muito distante da maioria de nós.
Há vários outros desenvolvimentos
com os quais nos poderíamos ocupar durante nosso processo evolutivo mas que se
acham tão à nossa frente que são praticamente inconcebíveis, a não ser que
tivéssemos um tipo especial de mente capaz de algum modo de pensar abstrato. Há
a etapa na qual poderemos transcender ao
tempo e ao espaço, quando a consciência do grupo em todas as partes do
planeta, por exemplo, for nossa consciência, e quando nos for tão fácil entrar
em contato com a consciência de um amigo na índia, África ou qualquer outro
lugar, como se ele estivesse aqui; a separação e a distância não serão
barreiras para o relacionamento. Pode-se ver sintomas disto na habilidade com
que algumas pessoas se comunicam telepaticamente ou praticam a psicometria. é
interessante gastar algum tempo visualizando este objetivo distante e
imaginando a realização do Logos bilhões de anos à frente, porém o que é de
vital interesse é obter alguma ideia da próxima etapa; e compreender o que
podemos esperar que aconteça, relacionado ao processo evolutivo durante os
próximos milhares de anos. Consideremos esta ideia. Há, como sabemos, três
linhas gerais de pensamento no mundo: a científica, a religiosa e a filosófica.
O que temos nelas? Na linha de pensamento científico, englobamos tudo o que diz
respeito à matéria, ao aspecto substância da manifestação; ela lida com a
objetividade e com o que é material, tangível e visto; literalmente, com o que
pode ser provado. No pensamento religioso, temos o que diz respeito à vida
dentro da forma, ao que lida com a volta do espírito à sua origem, mais tudo o
que se tem adquirido pelo uso da forma; ele se refere ao lado subjetivo da
natureza. No pensamento filosófico temos o que eu poderia chamar a utilização
da inteligência pela vida que habita, a fim de que a forma possa ser adaptada
adequadamente à sua necessidade. Estudemos, nesta ligação, certos desenvolvimentos
que poderemos procurar no futuro próximo, lembrando que tudo que eu disser tem
a intenção de ser sugestivo e que eu falo sem qualquer espírito dogmático.
É óbvio, para a maioria dos
pensadores, que a ciência, tendo começado o estudo da radioatividade, está no
limite da descoberta de qual é a natureza da força que existe dentro do próprio
átomo; é bastante provável que, muito em breve, venhamos a aproveitar a energia
da matéria atómica para qualquer propósito imaginável, para aquecimento, iluminação
e para tudo o que se faz no mundo. Aquela força, como alguns de nós já sabem,
quase foi descoberta nos Estados Unidos cinquenta anos atrás, por um homem
chamado Keely, mas não lhe foi permitido participar isso ao mundo por causa do
perigo que a descoberta envolvia. Os
homens ainda são egoístas demais para que lhes seja confiada a distribuição da
energia atómica. Aquela descoberta provavelmente será paralela ao
desenvolvimento da consciência grupal. Só quando o homem se tornar radioativo e
puder trabalhar e pensar em termos de grupo, será sensato e seguro para ele
utilizar a força latente no átomo. Tudo na natureza é muito bem coordenado e
nada pode ser descoberto ou utilizado antes da hora certa. Só quando o homem
tornar-se desprendido é que esta força tremenda poderá passar às suas mãos.
Todavia, admito que a ciência fará tremendo progresso na compreensão da energia
atómica. Então, paralelamente à evolução do ser humano, podemos antecipar que o
homem dominará o ar. Há uma grande esfera ou plano vibratório no sistema solar,
chamado de plano intuitivo em alguns livros de ocultismo; na literatura
oriental é chamado de plano Búdico, e seu símbolo é o ar. Do mesmo modo que o
homem está começando a encontrar seu caminho através do desenvolvimento da intuição
para aquele plano, agora a ciência está começando a descobrir como dominar o
ar, e à medida que sua intuição se desenvolver e crescer, o seu controle do ar
se desenvolverá e crescerá. Outra coisa que podemos esperar (e está sendo
reconhecida de algum modo) é o desenvolvimento da habilidade de ver na matéria
mais sutil. Em todos os lugares há crianças nascendo que vêem mais do que cada
um de nós. Refiro-me a algo que se baseia exclusivamente em bases materiais e
diz respeito ao olho físico. Refiro-me à visão etérica que vê na matéria mais
fina do plano físico ou no que é chamado éter. Estudantes e cientistas na
Califórnia têm feito um trabalho muito interessante neste assunto. O Dr.
Frederick Finch Strong tem trabalhado nesta linha de maneira valiosa, ensinando
que o olho físico é capaz de ver etericamente e que a visão etérica é a função
normal do olho. O que significará o desenvolvimento desta faculdade?
Significará que a ciência terá que reajustar definitivamente seu ponto de vista
relativamente aos planos mais sutis. Se certos aspectos e formas de vida que
até agora têm sido considerados como imaginários chegarem ao alcance da visão
do homem ou da mulher normais nos próximos cem anos, teremos interrompido de
uma vez por todas aquele materialismo rançoso que nos têm caracterizado há
tanto tempo e se o que agora é invisível
for reconhecido ao longo de qualquer unha especial, quem dirá até onde seremos
capazes de ir à medida que o tempo passa? Toda a tendência da evolução é para a
síntese. À medida que penetramos na matéria, que tendemos à materialização,
temos a heterogeneidade; à medida que trabalharmos de volta para o espírito,
tenderemos à unidade, de modo que podemos esperar o aparecimento da unidade no
mundo religioso. Mesmo agora, há um espírito de tolerância muito maior, no
exterior, do que cinquenta anos atrás; mas a época da grande unidade
fundamental que subjaz a todas as religiões está se aproximando rapidamente e o
fato que cada fé é uma parte essencial de um grande todo será reconhecido pêlos
homens em toda parte e por este reconhecimento teremos a simplificação da
religião. Os grandes fatos centrais serão enfatizados e usados e as pequenas e
mesquinhas diferenças de organização e de explicação não serão levadas a sério.
Podemos também esperar um acontecimento
muito interessante, em relação à família humana porque, quando a consciência
grupal tornar-se, em escala maior, a consciência objetiva do homem, o que
ocorrerá? Teremos o homem pisando aquilo que no mundo religioso é chamada de
"O Caminho". Nós o veremos responsabilizar-se por si mesmo,
empenhando-se para viver a vida do espírito, recusando viver uma vida atómica
egoísta; nós o veremos procurar seu lugar dentro do todo maior, encontrando-o
pelo empenho definido e espontaneamente unindo-se àquele grupo.
Este é o significado real do
ensinamento dado sobre o Caminho nas igrejas católica, protestante e budista.
Todas elas ensinam como trilhar este Caminho, chamando-o por nomes diferentes
tais como o Caminho, o nobre Caminho "Octuplo", o Caminho da Iluminação
ou o Caminho da Santidade. Contudo é o único Caminho, aquele que brilha cada
vez mais, até o dia perfeito.
Podemos também esperar pelo
desenvolvimento do poder de pensar em termos abstratos, e pelo despertar da
intuição. À medida que as grandes raças se sucederam no planeta, houve um
desenvolvimento ordenado, dirigido, dos poderes da alma e uma sequência
definitivamente planejada. Na terceira Raça Raiz, a Lemuriana, o aspecto físico
do homem alcançou um alto estágio de perfeição. Mais tarde, na grande raça que
precedeu a nossa, a atlante, e que pereceu no dilúvio, desenvolveu-se a
natureza emocional do homem. A seguir, na raça à qual pertencemos, a ariana, ou
quinta raça, o objetivo é o desenvolvimento da mente concreta ou inferior e
isto estamos desenvolvendo a cada década. Alguns estão também começando a
desenvolver o poder de pensar em termos abstratos.
Quando for este o caso, veremos mais
daquela interessante, especial capacidade que algumas pessoas demonstram e
evidenciam, a que chamamos de capacidade de ser inspirado. Não estou falando
aqui de mediunidade nem quero dizer capacidade mediúnica. Não há nada mais
perigoso do que o usualmente compreendido pelo termo "médium". O
médium comum é um homem de natureza negativa ou receptiva e normalmente é
coordenado tão imprecisamente em sua natureza tríplice que uma força ou
entidade exterior pode usar seu cérebro, mão ou corpo. É um fenómeno bastante
comum. A escrita automática, as pranchetas de quija e as sessões espíritas de
baixa categoria são muito comuns hoje em dia e estão levando milhares à loucura
ou a distúrbios nervosos. Mas há algo do qual a mediunidade é simplesmente uma
distorção, e isto é a inspiração. Poder ser inspirado significa que uma mente
humana alcançou uma etapa, em sua evolução, na qual ela está consciente e
positivamente sob o controle do seu eu superior, o Deus interno. Este regente
interno, o eu real, pode, pelo contato definido, controlar seu cérebro físico e
tornar o homem capaz de tomar decisões e de compreender a verdade, completamente
separada da faculdade de raciocinar; este Deus interno pode habilitar o homem a
falar, escrever e chegar a verdade sem usar a mente inferior. A verdade está
dentro de nós. Quando pudermos entrar em contato com nosso Deus interno toda a
verdade nos será revelada. Seremos Conhecedores. Isto porém, é uma coisa
positiva e não negativa, e significa a colocação de alguém em alinhamento
direto, consciente, com o próprio Ego ou eu superior e não abrir a
personalidade para qualquer entidade ou fantasma.
Pode-se ver esta ocorrência agora,
ocasionalmente, mas não é com frequência que o homem comum entra em contato com
seu eu superior. Só em nossos momentos de maior empenho, só nas grandes crises
de nossas vidas e só como resultado de longa disciplina e meditação árdua, isto
pode ocorrer.
Algum dia, porém governaremos toda
nossa vida não do ponto de vista pessoal, egoísta, mas do ponto de vista do
Deus interno, Que é uma revelação direta do Espírito no plano superior. O ponto
final que desejo expor esta noite é que o objetivo para cada um de nós é o
desenvolvimento dos poderes da alma ou da psique. Isto significa que você e eu
vamos ser psíquicos. Mas não estou usando esta palavra "psíquico"
como é normalmente compreendida em sua conotação diária. A psique é,
literalmente, a alma interior, ou o eu superior, que emerge do ser inferior
tríplice, do mesmo modo que a borboleta sai da crisálida; é aquela bela
realidade que vamos produzir como resultado de nossa vida ou vidas aqui em
baixo. Os verdadeiros poderes psíquicos são aqueles que nos põem em contato com
o grupo. Os poderes do corpo físico, que usamos cada dia, nos põem em coníato
com os indivíduos, mas quando tivermos desenvolvido os poderes da alma e
desenvolvido suas potencialidades, seremos verdadeiros psíquicos. Quais são
estes poderes? Tudo que posso fazer esta noite é enumerar alguns entre muitos.
Um é o controle consciente da
matéria. A maioria de nós controla nossos corpos físicos conscientemente,
fazendo-os levar avante nossos comandos no plano físico. Alguns controlam as
emoções conscientemente, mas poucos entre nós podem controlar a mente. A
maioria é controlada por nossos desejos e por nossos pensamentos. Mas está
chegando a época em que controlaremos conscientemente nossa natureza tríplice
inferior. Então, o tempo não existirá de modo algum para nós. Teremos aquela
continuidade de consciência nos três planos de existência, físico, emocional e
mental — os quais nos habilitarão a viver, como o Logos, naquela abstração
metafísica, o Eterno Agora.
Outro poder da alma é a psicometria.
Que é psicometria? Poderia ser definida como a habilidade de tomar de uma coisa
tangível, talvez pertencente a um indivíduo e, por intermédio daquilo, pôr-se
en rapport com aquele indivíduo ou com um grupo de indivíduos. A psicometria é
a lei de associação de ideias aplicada à qualidade vibratória e força com o
propósito de obter informação.
Além disso, a raça se tornará
clariaudiente e clarividente, o que significa a capacidade de ouvir e ver tão
claramente e agudamente nos planos mais sutis, como o fazemos no físico. Isto
envolverá a capacidade de ouvir e ver tudo que diga respeito ao grupo — isto é,
ouvir e ver nas quarta e quinta dimensões. Não sou matemática o bastante para
tentar explicar estas dimensões e sou capaz de ficar confusa ao considerá-las,
mas uma ilustração que me foi dada pode tornar a coisa toda um pouco mais
clara:
Um jovem pensador sueco explicou-me
assim: "A quarta dimensão é a habilidade de ver através e em torno de uma
coisa. A quinta dimensão é a capacidade, por exemplo, de tomar um olho e, por
meio desse olho, colocar-se en rapport com
todos os outros olhos no sistema solar. Ver na sexta dimensão pode ser definido
como o poder de tomar de um grão de areia da praia e, por meio dele, pôr-se em
sintonia com todo o planeta. Então, na quinta dimensão, onde tomaram o olho,
vocês estariam limitados a uma linha particular de manifestação, mas no caso da
sexta dimensão, onde usaram o grão de areia, vocês entrariam em contato com
todo o planeta". Isto é algo que está muito à nossa frente mas é
interessante falar sobre isto, e contém uma promessa para todos.
Não há tempo para
lidar com os outros poderes, nem eu posso enumerar quais serão eles. Curar pela
aposição da mão estará entre eles. A manipulação dos fluidos magnéticos e a
criação consciente por meio da cor e do som são outros. Tudo o que nos diz
respeito realmente é que agora deveríamos tomar a responsabilidade
conscientemente, e procurar mais e mais ficar sob o controle do regente
interno, empenhar-nos para nos tornar radioativos e desenvolver a consciência
grupal.
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