Poderia parecer ridículo alguém
comprometer-se a falar sobre a Evolução Cósmica, porque, naturalmente, este é
um assunto que nem eu, nem qualquer mortal, conhece e, conseqüentemente, somos
totalmente incapazes de nos expressarmos sobre ele. Todavia, existem certas
deduções que podemos fazer sob a lei de analogia, que podem levar-nos a muitos
interessantes domínios do pensamento.
Nas últimas semanas estivemos
considerando a evolução do átomo de etapa em etapa até que incluímos todo o
sistema solar sob o termo "átomo". Primeiro, estudamos o átomo da
substância em linhas gerais, a seguir, estudamos o átomo humano e, mais tarde,
aplicamos o que sabíamos a respeito de ambos à esfera ainda maior, ou átomo, um
planeta ao qual chamamos de átomo planetário; a seguir, estendemos ainda mais a
ideia ao átomo do sistema solar, considerando-o como possuidor de uma posição
dentro de um todo ainda maior.
Estudamos três métodos de evolução,
ou desenvolvimento, em relação a este assunto. Consideramos os aspectos que
evoluíram por intermédio destes átomos, suas qualidades, ou natureza psíquica,
e vimos como a única qualidade psíquica que se podia postular no átomo da
substância era a qualidade de inteligência. A seguir, passamos às formas
atómicas, formas sub-humanas, e vimos como as formas nos dois reinos da
natureza, o vegetal e o animal, demonstravam outra qualidade da Divindade, a da
sensação, do sentimento ou amor embrionário, e emoção; também descobrimos que
no reino animal começou a se mostrar uma terceira qualidade, a da mente
rudimentar, e que quando chegamos ao átomo humano tivemos três aspectos se
evidenciando — inteligência, amor e uma vontade central. Estendemos este
conceito ao planeta e ao sistema solar e descobrimos que, atuando através da
forma do sistema solar tínhamos uma grande Inteligência, ou Mente; que o objeto
de Sua utilização da forma era a demonstração de outra qualidade: amor ou
sabedoria, o todo sendo energisado por uma grande VONTADE central. Deduzimos
daí que esta VONTADE central poderia ser a manifestação de uma Entidade Que
informa a todo o sistema, desde o átomo inferior da substância até aquela
grande Vida que energisa o esquema planetário.
Tendo exposto estes fundamentos,
passamos a considerar a evolução da vida consciente dentro da forma atómica,
descobrindo que um tipo superior de consciência surge consistente-mente de cada
átomo; que a consciência humana se distingue de todas as outras formas
inferiores porque é auto-consciente; que o homem é uma vontade inteligente,
desempenhando cada ação conscientemente, tornando-se consciente de seu
meio-ambiente e elaborando uma linha definida de atividade com um objetivo
específico em vista. A auto-consciência do homem leva a algo mais amplo ainda,
à consciência do grande Espírito planetário, que talvez pudesse ser expresso
melhor no termo "consciência grupal". À medida que a evolução
progredir, o homem passará da etapa da auto-consciência na qual você e eu
estamos, à conscientização do que significa consciência grupal, algo ainda
praticamente desconhecido, a não ser como um belo ideal e um sonho que se
poderá materializar num futuro distante. A consciência grupal, por sua vez,
logicamente evoluirá até o que nós, por falta de um melhor termo, poderíamos
chamar de consciência de Deus, embora eu desaprove o uso da palavra Deus,
devido aos muitos choques que ele provoca, no mundo, entre os diferentes
pensadores da família humana. Estas diferenças se baseiam grandemente nas
diferenças de fraseologia, nos termos usados para expressar ideias
fundamentais, e em métodos variados de organização.
Quando o cientista, por exemplo,
fala de força ou energia e os cristãos falam de Deus e o hindu usa termos
análogos a "Eu sou o que eu sou", ou o Ego, estão todos falando da
única e mesma grande vida, mas perderam muito tempo procurando provar os erros,
uns dos outros, e a demonstrar a precisão de sua própria interpretação.
A seguir vimos que, falando de modo
geral, a evolução atômicapodia ser dividida em duas partes ou etapas; uma,
chamada a etapa atômica e a outra, denominada, por não haver um termo melhor,
de etapa radioativa. A etapa atômica é aquela na qual o átomo busca sua vida
egocêntrica, só se preocupa com sua própria evolução e com o efeito dos
contatos que faz. A medida que a evolução prossegue, torna-se claro que no seu
devido tempo o átomo começa a reagir em relação a uma vida maior fora de si
mesmo e então, temos o período análogo ao da construção da forma, no qual os
átomos de substância são atraídos por uma carga maior de energia, ou força
elétrica positiva (se quiserem chamá-la assim) que os conduz, ou atrai para si,
e constrói uma forma à custa deles; estes átomos de substância, por sua vez,
tornam-se então elétrons. Descobrimos, assim, que o mesmo processo é usado,
tanto no nosso caso quanto no caso de cada unidade auto-consciente, e que temos
uma vida central mantendo dentro de sua esfera de influência os átomos que
constituem os diferentes corpos, mental, emocional e físico; que nos manifestamos,
que nos movemos e vivemos nossa vida e elaboramos nossos objetivos, atraindo
para nós os átomos das substâncias adequados às nossas necessidades, pêlos
quais fazemos os contatos necessários. Estes átomos são, para nós, a vida
central, o que os eléirons são para a carga positiva central no átomo da
substância. A seguir vimos que se isso for verdade, isto é, que existe uma
etapa egocêntrica, ou período puramente atômico, para o átomo, e para o átomo
humano, poderíamos logicamente predizer um estágio semelhante para o átomo do
planeta, habitado por sua vida central espiritual. Assim entramos no campo da
especulação. Consideramos, então, se tudo que transpira sobre nosso planeta não
poderia ser devido à condição egocêntrica da Entidade Que está elaborando seu
objetivo por meio dele. Finalmente, levamos adiante a mesma ideia relacionada
com o próprio sistema solar.
Passamos então a considerar a
segunda etapa, que o cientista tem estudado em relação ao átomo do físico e do
químico nos últimos vinte anos, a etapa radioativa; vimos como houve uma
condição análoga a esta, na evolução do átomo humano e que existe um período que o precede, paralelo à etapa atómica,
onde o homem é puramente egoísta, totalmente egocêntrico, e não presta atenção
ao bem estar do grupo a que pertence. Esta primeira etapa é bastante comum no
mundo de hoje. Uma grande percentagem da família humana está na etapa atômica
mas devemos lembrar-nos que é uma etapa protetora e necessária; ela é
atravessada por toda unidade da família humana na busca de seu lugar no grupo e
habilita-a a desenvolver algo de valor para dar ao grupo quando entrar na
segunda etapa.
No mundo de hoje há também unidades
da família humana que estão passando para a segunda etapa, tornando-se
radioativas e magnéticas, influenciando outras formas e se tornando conscientes
do grupo; estão saindo do "Eu sou" para a etapa da conscientização do
"Eu sou o que"; a vida e objetivo da grande Entidade de Cujo corpo
fazem parte, está começando a ser reconhecida por elas; estão-se tornando
conscientes do propósito que existe por trás da vida do Espírito planetário Que
é o impulso subjetivo que existe por trás da manifestação objetiva na terra.
Estão começando a colaborar com Seus planos, a trabalhar pelo melhoramento de
seu grupo; e a diferença entre eles e os outros átomos da família humana é que
eles são conscientes do grupo, possuem um horizonte mais amplo, um
reconhecimento grupal e um objetivo maior. Ao mesmo tempo, eles não perdem a
consciência de si mesmos, nem sua identidade individual, sua própria vida
esferoidal permanece, mas eles colocam toda a força e energia que flui deles,
não ao serviço de seus próprios planos, mas numa cooperação inteligente como
Vida maior da qual fazem parte. Tais homens são poucos e distantes entre si,
mas quando forem mais numerosos, então podemos esperar uma mudança nas
condições mundiais, e pela chegada do tempo que São Paulo menciona quando diz:
"Não deveria haver divisão no corpo, mas os membros deveriam cuidar-se
mutuamente. Se um membro sofrer, todos sofrerão com ele, ou se um for
homenageado, todos se alegrarão com ele... é o mesmo Deus que age tudo em
todos. Há diversidade de dons mas o mesmo espírito; há diferenças de
ministérios (ou serviço) mas o mesmo Senhor"! Quando todos tivermos consciência
grupal, quando estivermos todos conscientes do objetivo que existe por trás da
manifestação no planeta, quando formos conscientemente ativos e empregarmos
toda nossa energia na elaboração dos planos grupais, aí então teremos o que o
cristão chama de "milênio".
Se na evolução do átomo da
substância e do átomo humano temos estas duas etapas, se elas são a base de
todo desenvolvimento futuro, então dentro do átomo planetário teremos as mesmas
duas etapas, aquela na qual a Vida planetária está elaborando Seus próprios
planos, e uma posterior, na qual Ele adere aos planos maiores da Vida que anima
o sistema solar. Não estando ainda em posição de ter uma entrevista com o
Espírito planetário, não sou capaz de dizer-lhes se Ele já está colaborando com
os objetivos do Logos Solar; mas poderíamos obter alguma ideia dos objetivos
gerais, pelo estudo da evolução da raça e do desenvolvimento dos grandes planos
internacionais no planeta. Também devemos ter em mente que, embora nós, seres
humanos, nos consideremos a maior e mais elevada manifestação do planeta, pode
haver outras evoluções através das quais a Vida central pode estar trabalhando
e das quais ainda sabemos pouquíssimo. Não deveríamos estudar só o homem, mas
sim considerar também a evolução angélica, ou a evolução dévica, como o hindu a
denomina. Isto nos abre um campo imenso de especulação e estudos.
Continuando, esperaremos encontrar
etapas análogas no sistema solar. Provavelmente descobriremos que a grande Vida
que anima todo o sistema solar, a grande Entidade que o está usando para a
elaboração de um objetivo definido, lhe fornece energia por meio dos grandes
centros de força a que chamamos de átomos planetários; que estes centros, por
sua vez, trabalham por intermédio de centros ou grupos menores, comunicando sua
energia, através de grupos de átomos humanos, aos vários reinos da natureza e,
assim, ao minúsculo átomo de substância, o qual por sua vez, reflete todo o
sistema solar. Se pensarmos a respeito da questão da vida atómica, veremos que
ela é muito interessante, e nos leva a muitas linhas de conjecturas. Um dos
principais pontos de interesse que ela abre é a íntima correlação e interação
entre todas as espécies de átomo e a unidade que tudo penetra que deverá ser,
finalmente, reconhecida. Se tivermos descoberto que virá uma etapa na evolução
de todos os átomos, de todas as espécies, na qual eles sentem e buscam seu
lugar dentro do grupo, e de positivos transformam-se em negativos em relação a
uma vida maior, se for verdade que em todas estas manifestações de consciência
há uma etapa auto-consciente e uma etapa de consciência grupal, não será lógico
e possível que, talvez, afinal de contas, o nosso sistema solar nada mais seja
do que um átomo dentro de um todo maior? Não poderá haver, para o nosso sistema
solar, e para nosso Logos Solar, uma vida central maior, para a qual o Espírito
dentro da esfera solar seja gradualmente atraído e a Cuja consciência nossa
Divindade aspire? Não haverá indicações de tal força ou objetivo em toda parte?
Haverá esferas maiores de vida solar
fora do nosso sistema, que exerçam efeito definido sobre ele? Isto pode não
passar de especulação mas tem seus pontos de interesse. Se estudarmos livros de
astronomia e procurarmos nos certificar se os astrónomos confirmam esta hipótese,
deparar-nos-emos com grande quantidade de opiniões contraditórias;
descobriremos que alguns astrónomos dizem que dentro das Plêiades há um ponto
central em volta do qual nosso sistema solar gira, outros dizem que o ponto
magnético de atra-ção para o nosso sistema solar está na constelação de
Hércules. Por outro lado acharemos isto claramente contraditório. Descobriremos
que alguns astrônomos falam sobre o "impulso de estrela" e dizem que
o impulso, ou tendência, de certas estrelas, tem uma direção específica; outros
dizem que as distâncias são tão grandes que é impossível determinar se certos
sistemas seguem ou não uma órbita definida.
Todavia, se formos a alguns dos
livros antigos, os que chamamos de mitológicos (e um mito pode ser definido
como algo que contém em si uma grande verdade oculta até que estejamos
preparados para compreendê-la), e se estudarmos os livros antigos do Oriente,
descobriremos que em todos eles há duas ou três constelações consideradas como
tendo relações particularmente íntimas com nosso sistema solar. Os astrónomos
modernos ainda mostram uma atitude agnóstica em relação a este ponto de vista e
da visão da ciência materialista, é verdade. O que estou procurando enfatizar
aqui é que um tópico que divide as opiniões dos astrônomos e cientistas mas
que, todavia, é um assunto de disputa, e sobre o qual os Livros Orientais
proclamam uma opinião definida, deve-se basear em um fato e que provavelmente
existe um aspecto de verdade na assertiva. Pessoalmente, eu sugeriria que
aquele aspecto da verdade será encontrado, não segundo ângulos físicos de
interpretação, mas segundo ângulos da consciência; que é a evolução psíquica
que se processa dentro de todos os átomos (usando psíquica no sentido de
consciência subjetiva) que é sugerida nestes livros e a ênfase é posta numa
relação oculta que teríamos com os outros sistemas solares. Aqui talvez
possamos descobrir a verdade. A vida subjetiva pode ser uma; a energia que flue
entre eles pode ser uma; mas a diversidade está na forma física. Talvez na
evolução da inteligência, na manifestação do amor ou da consciência grupal e no
desenvolvimento da vontade ou propósito, esteja a unidade, a unidade da vida
subjetiva e no reconhecimento final de que, na forma, e somente na forma, estão
a separação e a diferenciação.
Os antigos livros do Oriente
indicam, ao considerar este assunto, que as sete estrelas da Ursa Maior, as
sete estrelas das Plêiades, e o Sol Sirio, têm uma relação muito íntima com
nosso sistema solar e que eles mantêm uma íntima relação magnética com nosso
Logos solar.
Vimos que o objetivo do átomo da
substância é a auto-consciência, e que para a Entidade Que está evoluindo por
meio de um planeta, o objetivo pode ser a consciência de Deus. Agora, quando
consideramos o Logos solar, as palavras faltam, contudo deve haver um objetivo
para Ele. Podemos chamá-la de Consciência Absoluta, se quiserem.
Exemplifiquemos novamente. Foi-nos dito que nosso corpo é formado de uma
multiplicidade de pequenas vidas, ou células, ou átomos, tendo cada um sua própria
consciência individual. A consciência do corpo físico, vista como um todo,
poderia, do ponto de vista do átomo, ser considerada como sua consciência
grupal. Temos, a seguir, a consciência do homem, o pensador. É ele quem dá
energia ao corpo, e o dirige à sua vontade — isto é, para o átomo em seu corpo,
análoga ao que poderíamos chamar de Consciência de Deus. A conscientização de
nossa consciência está tão distante da do átomo quanto a consciência do Logos
solar está distante da nossa. Agora, para o átomo de nosso corpo, não poderia
aquela consciência do Logos Solar ser chamada de Consciência Absoluta? Este
pensamento poderia estender-se ao átomo humano, ao átomo planetário e
posteriormente poderemos declarar que o Logos solar alcança uma consciência além
da Sua própria, análoga àquela que se estende entre o átomo de seu corpo e Ele
próprio. Temos então uma visão maravilhosa se abrindo. Isto é, todavia,
encorajador em si mesmo; porque se estudarmos minuciosamente a célula em um
corpo físico, e considerarmos a longa estrada que foi percorrida entre a sua
consciência e a que o homem agora sabe ser sua, temos a promessa e a esperança
de conquista futura, e o incentivo para persistir em nosso esforço.
Os antigos livros do Oriente
mantiveram em segredo, por muitas eras, a verdade sobre muito que só agora
começa a penetrar a consciência do Ocidental. Eles ensinaram a radioatividade
da matéria há milhares de anos e talvez haja, afinal de contas, uma parcela
igual de verdade em seu ensinamento sobre as constelações. Talvez, nas estrelas
que podemos ver nos céus distantes e na vida que nelas evolui, tenhamos o
objetivo de nosso Logos solar, e as influências que fluem em sua direção,
atraindo-o para elas, tornando-o, em seu devido tempo, radioativo. Os livros
Orientais dizem que no sol Sirio está a origem da sabedoria e que a influência
ou energia do amor emana de lá. A seguir, dizem que existe uma constelação que
está mais intimamente ligada ao nosso Logos Solar, sendo a razão que Ele ainda
não está suficientemente evoluído para poder responder completamente a Sirius,
mas Ele pode reagir à influência das sete irmãs das Plêiades. Este grupo é
bastante interessante. Se no dicionário procurarmos a palavra
"eletricidade" encontraremos a sugestão que pode ter origem na estrela
"Electra", uma das sete irmãs, que alguns supõem seja a pequena
Plêiade perdida. Os mestres Orientais, dizem que no mistério da eletricidade
está oculto todo o conhecimento, e que quando tivermos penetrado nele saberemos
tudo que existe para ser conhecido. Qual passa ser a relação das Plêiades com
nosso sistema solar não nos é possível dizer, mas até a nossa Bíblia Cristã a
reconhece e Jó fala das 'doces influências das Plêiades', enquanto algumas das
Escrituras Orientais afirmam que a relação está no som ou vibração. Talvez as
Plêiades sejam a origem da vida atômica do nosso Logos, o aspecto inteligente
ativo, aquele que foi primeiro desenvolvido e que poderíamos chamar de matéria
elétrica.
A seguir há a Ursa Maior. Há muita
coisa interessante dita nos escritos Orientais sobre a relação entre a Ursa
Maior e as Plêiades. Diz-se que as sete irmãs são as sete esposas das sete
estrelas da Ursa Maior. Qual será, afinal, a verdade por trás da lenda? Se as
Plêiades são a origem da manifestação elétrica, o aspecto inteligente ativo do
sistema solar, e sua energia a que anima toda a matéria, talvez elas
representem o aspecto negativo cujo pólo oposto, ou aspecto positivo, são seus
sete maridos, as sete estrelas da Ursa Maior. Talvez a união destas duas seja o
que produz nosso sistema solar. Talvez estes dois tipos de energia, um das
Plêiades e o outro da Ursa Maior, se encontrem e sua conjunção produza aquela
incandescência nos céus que chamamos de nosso sistema solar.
A relação destas duas constelações,
ou talvez sua relação subjetiva, deve realmente ter alguma base, de fato, ou
não a teríamos vislumbrado nas diferentes mitologias. Deve haver algo que as
una, dentre as miríades de constelações, com o nosso sistema solar. Mas quando
tentamos dar-lhe uma interpretação puramente física, nos perdemos. Se a
trabalharmos segundo linhas da vida subjetiva e a ligarmos como energia,
qualidade, ou força, poderemos tropeçar sobre a verdade e descobrir um pouco da
realidade que pode subjazer ao que à primeira vista parece ser uma fábula sem
sentido. Qualquer coisa que amplie nosso horizonte, que nos habilite a uma
versão maior e mais clara do que acontece no processo evolutivo, nos é valioso,
não porque a acumulação de fatos verificados seja valiosa, mas devido ao que
ela nos capacita a fazer dentro de nós mesmos; nossa habilidade de pensar em
termos mais amplos e maiores aumenta; habilitamo-nos a ver além do nosso ponto
de vista egocêntrico, e a incluir em nossa consciência aspectos diferentes do
nosso. Ao fazer isto, estaremos desenvolvendo a consciência grupal, e
finalmente compreenderemos que os fatos aparentemente maravilhosos enfatizados
como sendo a verdade total, e pelos quais morremos e lutamos através dos
tempos, não passaram, afinal de contas, de fragmentos de um plano e porções
infinitesimais de uma soma total gigantesca. Talvez, então, quando voltarmos à
terra e pudermos olhar as coisas que nos interessam agora e que consideramos
tão importantes, descobriremos como os fatos estavam errados, como então os
compreendíamos. Os fatos, em última análise, não são importantes; os fatos do
século passado não são mais fatos agora, e no próximo século os cientistas
talvez riam das nossas afirmações dogmáticas e se admirem de como pudemos
considerar a matéria da maneira que o fizemos. é o desenvolvimento da vida e a
relação da vida com tudo que a rodeia, o que realmente importa; e, acima de
tudo, a influência que exercemos sobre as pessoas com quem mantemos contato e o
trabalho que fazemos, que afeta, para o bem ou para o mal, o grupo onde nos
encontramos.
Ao terminar está série de palestras,
o melhor seria repetir São Paulo, onde ele diz:
"Considero que os sofrimentos
da época atual não são dignos de serem comparados à glória que nos será
revelada...porque somos salvos pela esperança... porque estou convencido que
nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem os poderes, nem as
coisas atuais ou as que virão, nem a altura nem a profundidade, nem qualquer
outra criatura, poderá nos separar do amor de Deus".
FIM
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